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10/11/2011

Operação Barba Ruiva - O Princípio do Fim

Operação Barba Ruiva - II Guerra Mundial / Frente Leste - 22-06-1941


A Operação Barba Ruiva, ou «Barbarosa», foi o maior ataque militar da história da humanidade, quando os exércitos combinados da Alemanha, Finlândia, Hungria e Roménia atacaram conjuntamente a União Soviética sem declaração de guerra.

O ataque feito em três frentes destinava-se a atacar Leninegrado no sector norte, Moscovo no sector central e Kiev no sector sul.

Segundo os planos da operação determinados pelo próprio Hitler a operação deveria ser rápida e incisiva, com o envolvimento de grandes forças russas pelas pinças das forças blindadas alemãs, com o objectivo de desarticular as forças soviéticas, cerca-las e extermina-las.

O objectivo de «Barbarossa» era a destruição completa da União Soviética, reduzindo a Rússia a um estado tributário empurrado para oriente dos montes Urais, e para a extensão da estepe siberiana, para onde também seriam enviados os sobreviventes e os indesejáveis.


Estava previsto que a União Soviética fosse vencida em 12 semanas, devendo a operação acabar portanto em 22 de Setembro, antes do inicio do inverno russo.

A operação, preparada para o inicio da Primavera, foi atrasada por causa dos acontecimentos nos Balcãs, com a operação contra a Jugoslávia e posteriormente contra a Grécia, que acabou por resultar num atraso e na marcação do inicio da operação para 22 de Junho de 1941.
Se a invasão da União Soviética tivesse ocorrido no inicio de Maio, «Barbarossa» provavelmente teria terminado antes do inicio do inverno Russo.
Confiantes na inevitabilidade da vitória, os dirigentes alemães (especialmente Hitler) não tinham considerado qualquer preparação para combater no inverno. E mesmo com a necessidade de atrasar o inicio da operação em mais de um mês, os alemães não alteraram os seus planos.

A maior operação militar da História


O dispositivo alemão


A força de invasão alemã dividia-se em três grandes grupos de exércitos, cada um com objectivos definidos:


O grupo norte, comandado por Von Leeb era o mais pequeno e estava composto pelo 18º exército, o 16º exército e o 4º exército blindado, este último colocado numa posição central. Esta força destinava-se a tomar os estados do Báltico e a dirigir-se contra Leninegrado.


O grupo central, sob o comando de Von Bock era constituído pelo 9º exército, pelo 4º exército (o mais poderoso exército alemão em 1941), juntamente com o 3º exército blindado e o 2º exército blindado. Tratava-se do ponto de vista da operação do mais importante grupo, pois possuía dois exércitos blindados, os quais inicialmente tinham como objectivo uma operação em «pinça» para cercar os exércitos soviéticos na região de Bialystok, mas que posteriormente poderiam ser utilizados em apoio das forças dos outros dois grupos (o que veio a acontecer, quando os blindados do gen. Guderian inflectiram para sul, para apoiar a tomada de Kiev).


O grupo sul, sob o comando de Von Rundstedt incluía o 6º exército, o 17º exército e o 1º exército blindado. Além destas forças, a sul, na Roménia, sob o seu comando estavam os 3º e 4º exércitos romenos e entre estes dois exércitos, o 11º exército alemão.


De forma isolada, na fronteira finlandesa, uma outra ofensiva seria levada a cabo pelo exército finlandês, que no entanto só actuará uma semana depois do ataque inicial e com o objectivo de recuperar o território que a URSS tinha subtraído à Finlândia em 1939.


O efectivo de blindados alemães disponíveis antes da invasão da URSS era o seguinte:


877 x Panzer I (metralhadora 7,9mm)

1,074 x Panzer II (canhão de 20mm)
170 x Skoda 35(t) (canhão de 37mm)
754 x CKD 38(t) (canhão de 37mm)
350 x Panzer III (canhão de 37mm)
1,090 Panzer III (canhão de 50mm)
517 x Panzer IV (canhão de 75mm cano curto)


O dispositivo soviético


Os exércitos da União Soviética, estavam dispostos em profundidade e numa posição eminentemente defensiva. Esta disposição foi resultado de ordens directas de Estaline para evitar hostilizar os alemães.


As forças soviéticas também estavam dispostas em três grandes comandos, embora não coincidentes com os alemães.


A norte, a Frente de Noroeste, com o comando do general Kuznetsov, dispunha de dois exércitos, o 8º e o 11º. Alguns dias após a invasão, será criado o comando norte, quando se torna evidente o objectivo alemão de tomar Leninegrado.


A sul
deste e na Frente Ocidental soviética, correspondente à Bielorússia, estavam três exércitos sob o comando do general Pavlov, a saber, o 3º, o 10º (armado com grande quantidade de T-34) e o 4º. A este juntava-se um comando sob a responsabilidade do grupo de exércitos (13º exército) que geria unidades independentes.

No sudoeste
, os soviéticos tinham colocado as suas forças mais poderosas, com um total de seis exércitos sob o comando do marechal Budenny, e com o general Kirponos no comando operacional.
Este grande grupo de exércitos, com mais de 1.000.000 de efectivos contava acima de tudo com a força do 5º e do 6º exércitos (mais de metade dos tanques T-34 concentrados em duas divisões), os quais tinham atribuídos cada um deles seis divisões de tanques e que estavam directamente em contacto com as forças alemãs na Polónia ocupada.
Mais para sul, Kirponos tinha dispostos mais quatro exércitos, em frente às fronteiras da Hungria e da Roménia. Estes eram o 26º, o 12º, o 18º e 9º exércitos.

Forças blindadas soviéticas


As forças blindadas do exército vermelho estavam compostas pelos seguintes veículos:


Tanques ligeiros: 15.622

400 - T-27
2.400 - T-37
1.200 - T-38
222 - T-40
400 - T-18M
11.000 - T-26

Tanques médios : 7.467

6.000 - BT-5 / BT-7
500 - T-28
967 - T-34

Tanques pesados : 548

40 - T-35
508 - KV-1

Mapa da situação táctica em 22 de Junho de 1941, quando começou a operação Barbarossa. Notar que as setas indicam o movimento dos quatro grupos blindados alemães, que serviram de base à movimentação dos restantes exércitos.



O desenrolar das operações

Às primeiras horas da manhã de 22 de Junho (um Domingo) a Luftwaffe destrói milhares de aviões soviéticos no chão e a fronteira começa a ser atravessada em inúmeros pontos. A aviação soviética é alias a arma mais afectada, pois as perdas são tremendas e os aviões russos praticamente desaparecem dos céus. Há notícia de alguns ataques levados a cabo por bombardeiros russos que foram mandados atacar sem qualquer protecção de caças.
O descalabro foi completo, a maioria dos aviões abatidos no chão e os que sobravam foram utilizados de forma absolutamente incompetente.

Em terra, os objectivos alemães começam a ser tomados rapidamente, com a principal operação em «pinça» a ser levada a cabo pelo avanço dos dois exércitos blindados do grupo de exércitos centro «Mitte». Os tanques do general Hoth deverão encontrar-se com os tanques de Guderian em Minsk, a capital da Bielorússia.

Embora a operação tenha ocorrido com relativa facilidade para os alemães, as forças russas em presença são bastante entanto poderosas. Os soviéticos contam com mais tanques que todos os exércitos do mundo juntos.

Embora os generais soviéticos nos relatórios que enviam a Estaline, afirmem que os seus tanques são tanques para caçar pardais, como que a justificar a sua incompetência, a verdade é que os carros de combate russos estão melhor armados que os carros de combate alemães.

Os tanques médios russos BT-7, estão armados com peças de 47mm, enquanto que os tanques alemães estão equipados com canhões de 37mm e 50mm.
Além disso, os russos dispunham já na altura de várias centenas de tanques T-34 e KV-1, contra os quais os alemães pura e simplesmente não tinham nenhuma arma eficaz.

Onde estão os T-34 ?

Uma das questões que normalmente se coloca é a da superioridade técnica dos tanques russos de nada ter servido durante os dias críticos que se seguiram a 22 de Junho.

Sabemos que cerca de 1,000 tanques T-34 estavam concentrados em dois corpos mecanizados. 
Na região de Byalistok ficaram a 4ª e a 7ª divisões de tanques (VI corpo mecanizado, pertencente ao X exército soviético, comandado pelo general Golubiev). Estas duas divisões possuíam pelo menos duas centenas de T-34, embora os valores sejam conflituantes. 
O outros grande corpo blindado armado com estes carros de combate era o IV corpo mecanizado, adstrito ao 6º exército do general Musyishenko. Sabe-se que esta força foi completamente destroçada em apenas 15 dias. O VI exército soviético, que contava com quase 979 tanques em 22 de Junho, estava reduzido a 126 em 7 de Julho. Dois terços dos veículos eram T-34 e KV-1.

Razões que explicam o colapso soviético  
A principal razão da catástrofe do lado russo, prende-se acima de tudo com a incompetência generalizada dos comandantes do exército vermelho, a que se juntou a utilização de tácticas ultrapassadas e desajustadas.

Os comandos de várias unidades soviéticas insistiam em pura e simplesmente separar os tanques da infantaria, enviando muitas vezes os tanques para atacar um ponto e a infantaria para atacar ou defender outro. 
Como os exércitos russos não tinham blindados para o transporte de pessoal, não podiam fazer a infantaria acompanhar os tanques, que no caso dos BT-7 por exemplo, eram veículos extremamente rápidos. 
A completa falta de sistemas de comunicação eficazes e o facto de os soldados russos nem sequer saberem operar rádios piorava a situação. As unidades russas ainda dependiam de sinalização com bandeiras no campo de batalha. 
Além disso, os russos optam por ataques frontais contra os alemães, os quais pura e simplesmente evitam o contacto directo e circundam os tanques russos. 
Os tanques soviéticos médios e pesados muitas vezes são perdidos não contra o fogo inimigo mas sim porque a logística russa falhou completamente e não consegue abastecer as unidades com combustível ou com munições. Milhares de armas soviéticas são destruídas para evitar que caiam nas mãos dos alemães. 
Há notícia de que um comandante russo, chega a conduzir uma divisão blindada inteira até atingir os pantanos a sul do Pripet, onde a maioria dos tanques se afunda na lama.


Stalin: O ditador soviético era um antigo criminoso georgiano que entrou na vida política. O seu regime de terror já tinha assassinado mais de 30 milhões de pessoas quando começou a guerra.

Era tal o terror que inspirava, que os soldados preferiam morrer no campo de batalha a render-se, com medo da vingança de Stalin sobre as suas famílias.
Os russos têm mais medo de Estaline que dos alemães 
Os primeiros relatórios enviados pelos generais alemães para a toca do lobo, o quartel general de Hitler na Prussia oriental, relatam a resistência dos soldados russos, a qual era inesperada. OS alemães esperavam que os russos se rendessem aos milhares quando o comandante fosse morto. 
No entanto isso não aconteceu. 
Durante muito tempo, a historiografia soviética defendeu que a resistência aos alemães tinha sido resultado do grande amor à santa mãe Rússia, mas a tese, ainda que continue a ser aceitável hoje na Russia, tem perdido adeptos. 
Aparece hoje como muito mais provável, que muita da resistência desesperada dos russos até à morte tivesse muito mais a ver com a brutalidade do sistema repressivo soviético. 
Os soldados eram ameaçados regularmente de que se morressem poderiam ser heróis de guerra e as suas famílias seriam ajudadas, mas que se se rendessem, podiam até salvar as suas vidas, mas as suas famílias seriam severamente punidas com tortura ou deportação, o que era sinónimo de morte nos campos da Sibéria. 
Esta explicação, em vista dos dados conhecidos, é muito mais razoável que a que foi apresentada durante muitos anos.

Contra-ataques desastrados

Logo nas primeiras semanas do conflito, o comandante do grande grupo de exércitos do sul, o impulsivo Budenny, querendo cobrir-se de glória, decide efectuar um ataque contra os romenos, partindo do principio de que assim cortará o abastecimento de combustível aos alemães. 
Budenny, um cossaco que acredita que os tanques são como cavalos, ataca de forma desastrada e as suas tropas acabam ficando cercadas pelos alemães.

Os cercos de forças russas são aliás comuns e catastróficos durante a fase inicial da operação.
Na operação de cerco alemã entre Bialystok e Minsk, os russos são cercados e perdem 324000 homens, 3332 tanques e 1809 pelas de artilharia. Mais tarde na bolsa de Ouman, as baixas atingem 103.000 homens 317 tanques e 1.100 peças de artilharia. Os desastres sucedem-se e as perdas russas somam centenas de milhar e ultrapassam em muito um milhão, durante os primeiros 15 dias da guerra.

No entanto, embora com uma resistência desorganizada e com grandes perdas, os planos alemães começaram a apresentar problemas desde o primeiro dia, sem que estes lhes tenham dado a importância adequada. A resistência russa em grandes bolsas impedia o normal avanço das forças alemãs e os atrasos vão-se acumulando. 
A operação Barbarossa, deveria estar concluída em 12 semanas, mas a 22 de Setembro, as forças alemãs ainda estavam muito longe de Moscovo e o seu avanço era cada vez mais lento.

A surpresa das armas russas também afecta psicologicamente os soldados alemães. Nos altos comandos do Reich, os tanques russos são uma surpresa, embora vários relatórios menosprezados por Hitler, tivessem deduzido que os russos tinham tanques superiores aos alemães [1].

O progresso alemão será rápido, devastador para os russos, mas encontrará pela primeira vez uma medida do que vai acontecer no futuro quando se dá a primeira grande batalha da guerra entre Alemanha e Rússia, que será a batalha de Smolensk.


Os blindados soviéticos: Algumas surpresas, outras nem tanto.

É costume referir que os alemães se surpreenderam especialmente com os carros de combate soviéticos, especialmente os T-34. ISso é verdade, embora os alemães tenham encontrado essencialmente o T-26 (que sabiam poder ser destruido facilmente pelo Panzer III) e o BT-7, que consideravam ser o carro mais dificil de abater por causa da sua rapidez.

Tanto os T-26 quanto os BT-7, ainda que melhor armados que os carros alemães foram presas fáceis, tanto dos blindados como dos canhões de infantaria de 37mm.

As surpresas

Mas se os alemães contavam com o T-26 e com o BT-7 (os quais já conheciam da guerra civil de Espanha), os carros T-34 e KV-1 constituíram uma desagradável surpresa para os alemães.



No entanto, a organização soviética, embora tivesse concentrado os T-34 em poderosas unidades blindadas, não tinha desenvolvido doutrinas que permitissem tirar vantagem das qualidades dos carros russos. 
A falta de rádios, a falta de comunicações e um sistema de apoio logístico que falhou desde as primeiras horas, condenaram ao fracasso mesmo os mais poderosos carros de combate soviéticos.

06/11/2011

A Noie dos Longos Punhais



30 de junho de 1934 – A noite dos Longos Punhais
Por Adriano De Toni  
Dentre os milhares de “camisas marrons”, que faziam parte das SA (Sturmabteilung), incluíam-se muitos membros que acreditaram realmente ‘no socialismo’ , inicialmente pregado pelo Partido do Nacional Socialismo, queriam transformar-se em um verdadeiro exército revolucionário, ao invés de apenas fazer parte do exército alemão regular.  
Mas ao alto-comando do exército e a seus comandantes conservadores, este exército potencial de SA´s , representava uma ameaça às antigas tradições militares alemãs e aos privilégios, que Adolf Hitler, havia prometido os generais, onde restauraria toda a glória militar e quebraria as “imposições” do tratado de Versalhes, que limitava o exército a um efetivo de 100.000 homens e impedia sua modernização.  
Para Adolf Hitler, o comportamento do SA, era um problema que ameaçava agora, sua própria sobrevivência política e o futuro inteiro do movimento nazista.  
Os sentimentos anticapitalistas e de antitradição, freqüentemente expressados por líderes da SA, e ecoados por seus seguidores, também causou enorme preocupação aos grandes empresários, que haviam ajudado Hitler a assumir o poder. Hitler havia prometido que derrubaria o movimento de União Comercial e o Marxista, entretanto, agora seus próprios homens, com sua conversa de “Segunda Revolução”, soavam mais como os marxistas que estes mesmos. (A Primeira Revolução, é a ascensão do Nazismo ao poder, em meados de 1933.).  
A SA, que tinha como líder, Ernst Röhm, havia sido um dos principais instrumentos de repressão, no início da ambiciosa ascensão de Hitler, usando de extrema violência para conter manifestações nas ruas e para “silenciar” oponentes políticos. Entretanto, em 1934, um ano depois que Hitler assumiu o poder, a utilidade da SA, como uma força extremista, que usava de meios violentos para obter êxito, vinha perdendo sua eficácia, tendo em vista que Hitler necessitava agora da sustentação dos generais do exército e dos líderes de grandes indústrias, para reconstruir a Alemanha, após a Grande Depressão, reequipar as forças armadas e realizar finalmente seu objetivo, de anexar territórios para o povo alemão.
A classe média alemã, também temia e não simpatizava com os integrantes das SA, por causa de seu arrogante comportamento de gângsteres, tal como extorquir dinheiro dos proprietários locais de lojas, dirigindo pelas ruas com carros novos extravagantes e, como era noticiado com freqüência, espancando e assassinando civis inocentes, após beberem em exagero.
No fim de fevereiro de 1934, Hitler realizou uma reunião entre a SA e líderes do exército, incluindo Röhm e o ministro da defesa, o general Werner von Blomberg. Nesta reunião, Hitler informou a Röhm, qua a SA não seria uma força militar, mas seria limitada a determinadas funções políticas. Na presença de Hitler, Röhm deu seu aval e assinou um acordo com Blomberg.  
Entretanto, Röhm deixou logo saber que, não tinha nenhuma intenção de manter o acordo. Em abril convocou corajosamente uma conferência de imprensa e proclamou:  
“A SA é a Revolução Nacional Socialista!!”  
Dentro da SA, àquela época, havia uma divisão altamente disciplinada, denominada SS (Shutzstaffel), que havia sido criada em 1925, como guarda pessoal de Hitler. O comandante da SS, Heinrich Himmler, juntamente com seu segundo-em-comando, Reinhard Heydrich, e Hermann Göring, começaram a traçar um plano de ação a favor de Hitler, contra seu velho camarada Röhm, esperando obter alguma vantagem com sua queda.  
No dia 04 de junho, Hitler e Röhm tiveram uma reunião confidencial, que durou cinco horas, indo até a meia-noite. Alguns dias mais tarde, Röhm anunciou que tiraria férias para tratar de “doenças pessoais” e a SA inteira estaria de licença até o mês de julho. Foi marcada também uma conferência dos líderes da SA, para junho 30, em um sítio, nos arredores de Munique, onde Hitler prometeu ouvir às reinvidicações da SA. Porém, em 17 de junho, o vice-chanceler Franz von Papen, que ajudou Hitler a assumir a chancelaria, deixou a todos espantados, fazendo um discurso criticando o comportamento anti-intelectual da SA e denunciando excessos, tais como a censura da imprensa. Papen também focalizou na possibilidade de uma “Segunda Revolução”, apregoada por Röhm e pela SA e incitou Hitler a por um fim a isso tudo, perguntando: – Teremos nós que passarmos por uma Revolução Anti-Marxista, para pormos em execução um programa marxista?  
Seu discurso aumentou drasticamente a tensão entre líderes do exército e líderes do SA e ameaçou ainda mais a posição de Hitler. Mas naquele momento, Hitler hesitava em atacar seu velho camarada Röhm. Alguns dias mais tarde, em 21 de junho, Hitler foi visitar o presidente, Paul von Hindenburg, em sua residência. Hindenburg estava com sua saúde precária e confinado a uma cadeira de rodas. O velho cavalheiro e o ministro da defesa, informaram a Hitler, que o problema da SA deveria ser resolvido ou o presidente declararia simplesmente a lei marcial, e deixar o exército alemão comandar o país, terminando desta forma com o regime nazista.
 
Entretanto, Himmler e Heydrich, espalharam falsos boatos, que Röhm e a SA planejavam um golpe de estado (putsch), para assumir o poder.  
A 25 de junho, o exército alemão foi colocado em alerta, mas posteriormente seria cancelado e, as tropas foram confinadas aos acampamentos. Um acordo secreto havia sido tratado entre Himmler e generais do exército, assegurando a cooperação entre os SS e o exército durante a ação contra as SA. O exército forneceria armas e toda a sustentação necessária, mas remanesceria nos acampamentos e deixaria os SS fazerem as ações necessárias.  
Na quinta-feira, 28 de junho, Hitler, Göring, e Goebbels, foram ao casamento de Gauleiter Josef Terboven em Essen. Hitler foi informado por telefone que havia a possibilidade de um putsch por parte de Röhm e que também havia a possibilidade de uma revolta por influentes conservadores não-nazistas, que queriam que Hindenburg declarasse a lei marcial e retirassem Hitler e do governo. Hitler enviou então Göring para Berlim, a fim de dialogar com a SA e os líderes conservadores. Os SS foram postos em alerta máximo.
Sexta-feira, 29 de junho, Hitler fez uma excursão programada para a inspeção de um campo de trabalho e foi então hospedar-se em um hotel nas proximidades de Bonn, para pernoite. Himmler, então o informara, através de um telefonema, que as tropas da SA, agrupadas em Munique, sabendo da vinda de Hitler, haviam feito varias ações nas ruas. Hitler decide então voar a Munique, para por fim à rebelião e confrontar-se com Röhm e outros líderes da SA, que estavam hospedados em Bad Wiessee, um resost nas proximidades de Munique.  
Chegando em Munique perto do alvorecer do sábado, 30 de junho 30, Hitler requisitou primeiramente a prisão dos SA estavam no Quartel-General, em seguida, prosseguiu ao prédio do Ministério do Interior, onde, após a prisão de do comandante da SA de Munique, num gesto de histeria, arrancou-lhe a insígnia do uniforme.  
Em seguida, o avanço foi contra Röhm. Uma coluna das tropas e carros, onde estavam Hitler, Rudolf Hess, e outros, rapidamente seguiram em direção ao hotel onde estava Röhm e seus homens. Nesta ocasião, como foi relatado freqüentemente (confirmado em parte pelos nazistas), Hitler chegou ao hotel aproximadamente às 6:30 a.m. e adentrou com uma pistola em punho, para prender Röhm e outros líderes da SA. Entretanto, foi mais provável que o hotel foi tomado primeiramente pelos SS, antes de Hitler aproximar-se. Hitler então confrontou Röhm e os outros, enviando-os à prisão de Stadelheim, onde seriam mais tarde mortos pelos SS.  
Uma exceção foi feita a Edmund Heines, um líder da SA, que fora encontrado na cama com um rapaz. Quando Hitler soube de tal fato, ordenou a execução imediata, ainda no hotel.  
Um grande número de líderes da SA, incluindo Röhm, era homossexual. Antes da prisão, Hitler ignorou na maior parte das vezes este comportamento, por causa da necessidade do uso da SA durante sua ascensão para o poder, entretanto, sua utilidade agora havia desaparecido e mais tarde, a conduta homossexual seria usada em parte, como desculpa para os assassinatos.  
Manhã de sábado, aproximadamente às 10:00 horas, uma ligação telefônica de Hitler, em Munique, a Göring, em Berlim, com a palavra código ‘ Kolibri ‘ (beija-flor), desencadeou uma onda de assassinatos violentos em Berlim e em outras 20 cidades. Os esquadrões da execução dos SS, junto com a Gestapo de Göring, perseguiram e assassinaram todos os líderes da SA e qualquer outro, de uma lista onde relacionavam-se inimigos políticos do Reich (A já conhecida Lista do Reich de pessoas não desejadas).  
Incluído na lista: Gustav von Kahr, que tinha se oposto a Hitler durante o Putsch de 1923 – encontrado morto a punhaladas, próximo a Dachau; Father Bernhard Stempfle, que havia escrito a dedicatória para o livro Mein Kampf, de Hitler, e sabia demasiadamente demais sobre ele, foi morto a tiros; Kurt von Schleicher, ex-chanceler da Alemanha e mestre em intrigas políticas, auxiliou Hitler a assumir a chancelaria, foi morto a tiros juntamente com sua esposa; Gregor Strasser, um dos membros fundadores do partido nazi e o segundo em importância no partido, imediatamente após Hitler; Karl Ernst, líder da SA em Berlim, que havia sido envolvido no incêndio do prédio do Reichstag, em fevereiro de 1933; Secretário de imprensa do vice-chanceler Papen, o líder católico Dr. Erich Klausener.  
Na noite de sábado, Hitler voou para Berlim e estava sendo aguardado no aeroporto por Himmler e Göring, em uma cena descrita mais tarde por Hans Gisevius, um oficial da Gestapo:  
“À sua maneira, afastado da frota de automóveis, uns 70 metros, Hitler parou para conversar com Göring e Himmler. Aparentemente não poderia esperar alguns minutos até que alcançar a chancelaria… de um de seus bolsos, Himmler retirou uma longa lista amassada. Hitler leu-a completamente, enquanto Göring e Himmler sussurraram incessantemente em sua orelha. Nós podíamos ver o dedo de Hitler abaixar lentamente na folha de papel. Pausou então por um momento em um dos nomes. Nessa ocasião, os dois conspiradores sussurraram com mais excitação. De repente Hitler balançou sua cabeça. Havia uma emoção muito forte, muita raiva no gesto, que todos puderam observar nele… finalmente que se moveram em direção aos carros, Hitler na frente, seguido por Göring e por Himmler. Hitler andava ainda com o mesmo passo lento. Pelo contraste, os dois que estavam “manchados de sangue”, a seu lado pareceram mais vívidos… “  
Quanto para a Ernst Röhm – numa ordem direta de Hitler, foi ordenado que fosse dada uma pistola contendo uma única bala, para que se suicidasse, mas este se recusando disse: “-Se eu devo ser morto, o próprio Adolf deveria fazê-lo.” Dois oficiais dos SS, um deles era Theodore Eicke, comandante dos Totenkopf (caveiras) estavam em Dachau, entraram na cela de Röhm, e passados quinze minutos ouviu-se um disparo. Reportaram posteriormente, as últimas palavras de Röhm, que foram:“Mein Führer, mein Führer!”  
Na noite de domingo, dia primeiro de julho, enquanto ainda estavam ocorrendo algumas execuções, Hitler ofereceu um chá aos membros do Gabinete Governamental e suas famílias, com a intenção de mostrar que a situação estava voltando ao que era normal anteriormente.  
Às 4:00 horas da segunda-feira, 02 de julho, a remoção sangrenta havia terminado. O número exato dos assassinatos é desconhecido, porque os documentos originais da Gestapo que se relacionam ao fato, foram destruídos. As estimativas variam entre 200/250 a 1.000 ou mais pessoas. Menos da metade de pessoas assassinadas, eram realmente oficiais da SA.  
Em um dos casos, um homem chamado Willi Schmidt, estava em casa tocando seu cello. Quatro homens da SS tocaram a campainha, entraram na casa e levaram-no, deixando sua esposa e três crianças para trás. Equivocadamente capturaram o sr. Willi Schmidt, crítico da música de um jornal de Munique, ao invés do outro Willi Schmidt, que constava na lista. Willi Schmidt fora assassinado e posteriormente seu corpo retornou a sua família em um caixão lacrado, com ordens da Gestapo, que não deveria ser aberto.  
A 13 de julho, Hitler discursou no Reichstag, onde anunciou setenta e quatro mortes e as justificou:“Se qualquer um me repreende e pergunta porque eu não recorri às cortes de justiça, tudo que eu posso dizer é isto: Naquela hora eu era responsável pelo destino do povo alemão e, desse modo, eu me transformei no juiz supremo dos alemães.”“Não era nenhum segredo que, esta revolução teria que ser sangrenta; quando nós falarmos deste episódio, nós vamos nos referir como “ A noite dos Longos Punhais”. Todos deve saber, de agora em diante, que quem levantar sua mão para golpear o estado, terá como destino a morte.”  
Proclamando-se o juiz supremo dos povos alemães, Hitler colocou-se de fato acima da lei, fazendo da sua palavra a lei, e instalando assim um sentido permanente do medo nos povos alemães.Algumas semanas depois dos assassinatos, Hitler recompensou os SS, elevando-os para um status independente, como uma organização, A partir daquela ocasião, o líder da SS, o Reichsführer Heinrich Himmler, responderia diretamente a Hitler e a ninguém mais. Reinhard Heydrich, foi promovido a SS Gruppenführer (Tenente-General).  
Os generais alemães, em virtude dos eventos sem precedentes daquela ocasião, alinharam-se a Hitler e, iniciaram a longa jornada que lhes conduziria à conquista do mundo e, que terminaria nas celas de Nuremberg, após a derrota.  
Os “camisas marrons” remanescentes foram introduzidas no exército, depois que Hitler re-introduziu o alistamento militar, em 1935.A organização dos SS, sob comando de Himmler e Heydrich, se expandiria extremamente e transformar-se-ia em instrumento de assassinatos e terror maciços durante toda historia restante do terceiro reich, outros onze anos.
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Deadlyblog
 

02/11/2011

DECLARO-ME VIVO!!!

Saboreio cada momento.  
.Antigamente me preocupava quando os outros falavam mal de mim. Então fazia o que os outros queriam, e a minha consciência me censurava. Entretanto, apesar do meu esforço para ser bem educado, alguém sempre me difamava. Como agradeço a essas pessoas, que me ensinaram que a vida é apenas um cenário! Desse momento em diante, atrevo-me a ser como sou.

A árvore anciã me ensinou que somos todos iguais.
Sou guerreiro: a minha espada é o amor, o meu escudo é o humor, o meu espaço é a coerência, o meu texto é a liberdade.

Perdoem-me, se a minha felicidade é insuportável, mas não escolhi o bom senso comum. Prefiro a imaginação dos índios, que tem embutida a inocência.

É possível que tenhamos que ser apenas humanos. Sem Amor nada tem sentido, sem Amor estamos perdidos, sem Amor corremos de novo o risco de estarmos caminhando de costas para a luz. Por esta razão é muito importante que apenas o Amor inspire as nossas ações.


Anseio que descubras a mensagem por detrás das palavras; não sou um sábio, sou apenas um ser apaixonado pela vida.

A melhor forma de despertar é deixando de questionar se nossas ações incomodam aqueles que dormem ao nosso lado .

A chegada não importa, o caminho e a meta são a mesma coisa.

Não precisamos correr para algum lugar, apenas dar cada passo com plena consciência.

Quando somos maiores que aquilo que fazemos, nada pode nos desequilibrar.

Porém, quando permitimos que as coisas sejam maiores do que nós, o nosso desequilíbrio está garantido.

É possível que sejamos apenas água fluindo; o caminho terá que ser feito por nós. Porém, não permitas que o leito escravize o rio, ou então, em vez de um caminho, terás um cárcere.

Amo a minha loucura que me vacina contra a estupidez.

Amo o amor que me imuniza contra a infelicidade que prolifera, infectando almas e atrofiando corações.

As pessoas estão tão acostumadas com a infelicidade, que a sensação de felicidade lhes parece estranha. As pessoas estão tão reprimidas, que a ternura espontânea as incomoda, e o amor lhes inspira desconfiança.

A vida é um cântico à beleza, uma chamada à transparência.

Peço-lhes perdão, mas… DECLARO-ME VIVO!!! "

[Chamalú, Índio Quéchua]

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