-->

28/10/2011

Caminhos da Liberdade - Resenha Crítica


Sinopse: Em 1940, no processo em que a Alemanha nazista e a União Soviética invadiam e disputavam a Polônia com sua posição estratégica, parte do país foi dominada pelos comunistas de Stalin, e aos moldes das ditaduras que conhecemos, civis inocentes passaram a ser acusados das mais diversas formas de conspiração contra o regime stalinista, numa verdadeira caça às bruxas, e é assim que Janusz (Jim Sturgess, de 21 Gramas) é preso por espionagem, entregue por sua própria esposa após ela ter sido torturada. 

As famosas prisões siberianas, que desde os tempos dos czares se tornaram conhecidas por suas condições extremamente adversas através de trabalhos como o do escritor russo Dostoiévski, eram o destino dos presos políticos da União Soviética e dos piores criminosos russos, onde todos eram usados como mão de obra escrava na construção de estradas e na mineração. A qualidade da direção artística, fotografia e figurino logo se destacam nessa etapa quase documental do filme, na qual Janusz conhece as pessoas com quem atravessaria uma das jornadas mais difíceis já enfrentadas pelo ser humano. 

Ao ter sido enviado junto com seu grupo de trabalho para as minas, onde a morte é uma possibilidade constante, Janusz se torna amigo de Mr. Smith (Ed Harris, de Marcas da Violência) um misterioso e reservado americano. Junto com outros presos políticos amigos de Janusz, eles arquitetam uma fuga e ao estarem prestes a partir, Valka (Colin Farrell, de Por um Fio), o mais perigoso dos presos comuns da prisão, os obriga a levá-lo com eles. Assim está formado o grupo que para fugir do domínio quase onipresente da União Soviética irá andar mais de 6.400 Km, da Sibéria ao norte da Rússia, até os limites da Índia.

O filme que é produzido pela National Geografic é uma espécie de mistura bem feita entre um episódio das séries estilo "sobrevivência na natureza", uma história real das mais incríveis do século XX, e a dramatização e magia do cinema. Além dos personagens centrais, os demais membros do grupo vão se revelando cada vez mais interessantes ao longo da jornada, e a atuação de Colin Farrell no papel do assassino russo Valka é sem dúvida uma das melhores na carreira do ator.

De Peter Weir, diretor dos ótimos Show de Truman e Sociedade dos Poetas Mortos, Caminho da Liberdade é um filme que prende do início ao fim, e após mais de duas horas de “caminhada” ainda fica a vontade de um pouco mais, com o perdão dos personagens exaustos de tanto andar.

Caminho da Liberdade (The Way Back) – 133 min
EUA – 2010
Direção: Peter Weir
Roteiro: Peter Weir, Keith R. Clarke – Baseado no romance The Long Walk: The True Story of a Trek to Freedom, de Slavomir Rawicz
Elenco: Jim Sturgess, Ed Harris, Colin Farrell, Saoirse Ronan, Alexandru Potocean, Dragos Bucur, Gustaf Skarsgård, Sebastian Urzendowsky, Mark Strong
"Caminho da Liberdade" trata sobre o retorno, como sugere seu título original em inglês ("The Way Back"). A princípio, a ideia parece ser mostrar um grupo de prisioneiros que, em fuga, volta às suas famílias, seus lares, suas vidas cotidianas. Mas não é bem assim. Por trás da história da fuga, o cineasta Peter Weir aborda o retorno do ser humano às suas origens primitivas. Interessa ao diretor usar o enredo do filme para tratar de questões mais filosóficas do que dramáticas.

Minha opinião: 

A história da segunda guerra mundia é cheia de surpresas e volta e meia somos premiados com belos filmes que contam a realidade deste fato cruel que é a segunda guerra. Neste filme, é mostrado a realidade de pessoas que eram avessas ao comunismo, ou seja naquela época já haviam dissidências socialistas. O longa mostra a fuga de prisioneiros de um campo de concentração soviético na Sibéria dos anos 40. Esse grupo reúne presos políticos dos mais diferentes perfis e um perigoso preso comum.
O filme nos faz prestar atenção em homens e natureza.  Retomando o fato do homem sobreviver em ambientes hostis e com pouca comida mostrando um estado mais primitivo, lutando pela sobrevivência. Isso fica claro na cena da disputa da comida com os lobos. Após espantar os predadores, os homens devoram a carcaça como se eles próprios fossem selvagens.
O filme  é baseado no livro de memórias do oficial do Exercito polonês Slamovir Rawicz que serviu como base para o roteiro. Mais que uma reconstituição do drama enfrentado por aquele grupo, "Caminhos da Liberdade" é uma obra para reflexão.



 

24/10/2011

Capturando o Vento

Olá queridos amigos..

Uma imagem vale mais que mil palavras...

Vejam...


20/10/2011

A felicidade só é real quando compartilhada

 
Quando dei início à minha viagem ao redor do mundo, em Agosto de 2008, não gostava de fotografar e muito menos de filmar. Considerava que ao fazer aquele registro e tentar mostrar aos outros o que estava vivenciando deixaria de aproveitar um momento único, que não voltaria a acontecer.

De vez em quando escrevia um texto e mandava via e-mail para os amigos mais próximos, acompanhado de algumas fotos (muitas vezes toscas e desfocadas). Porem, apesar das imagens sofríveis, cada vez mais pessoas queriam saber o que estava fazendo e se interessavam, principalmente, pelos textos. Minha lista de leitores foi crescendo e ficou grande demais para seguir por e-mail. Foi aí que surgiu a necessidade de criar um blog. Primeiro tentei Bravo (o nome do meu barco), mas o endereço já existia. Então coloquei uma extensão, 08 (o ano em que iniciei a viagem) e 10 (o ano em que pretendia terminá-la), ficou "bravo0810", nada muito original mas deu conta do recado. Até hoje.


À medida que me afastava de casa, foi crescendo a necessidade de compartilhar essa experiência, passava dias e noites navegando sozinho, conversando com as estrelas que nunca me respondiam e que não se impressionavam com aquele horizonte que me rodeava. Velejando sozinho encontrei a liberdade, conheci o mudo e as pessoas que o habitam. E, ao mesmo tempo, fui constatando a veracidade de uma famosa frase de Christopher McCandless (viajante que morreu de fome, sozinho, no Alasca): "a felicidade só é real quando compartilhada".

As 30.000 milhas percorridas ao redor do globo renderam mais de 30 textos, 9 mil fotos e 11 horas de gravações em video. Alem disso, novas idéias começaram a ecoar na minha cabeça e não me deixavam mais dormir. Como organizar tudo isso? O blog havia ficado pequeno para tanto conteúdo. 
 
 
Maiores Informações Em: Bravo 0810

15/10/2011

O Julgamento de Galileu



Galileu Galilei, físico, astrônomo e matemático, aos 69 anos de idade, foi obrigado a ajoelhar-se perante o Tribunal da Santa Inquisição e a proferir a seguinte abjuração: 
 
"Eu, Galileu Galilei, filho do falecido Vincenzio Galilei de Florença, com a idade de setenta anos, sendo trazido pessoalmente a julgamento, e ajoelhado diante de vós, Eminentíssimos a Reverendíssimos Lordes Cardeais, Inquisidores Gerais da Comunidade Crista Universal contra a depravação herética, tendo diante de meus olhos o Sagrado Evangelho que toco com as minhas próprias mãos,  juro que sempre acreditei, e, com a ajuda de Deus, acreditarei no futuro, em todo artigo que a Santa Igreja Católica Apostólica Romana mantém, ensina e prega. Mas por ter sido ordenado, por este Conselho, a, abandonar completamente a falsa opinião que mantém que o Sol é o centro e imóvel, e proibido de manter, defender ou ensinar a referida falsa doutrina de qualquer maneira (...) Estou desejoso de remover das mentes do nossas Eminências, e de todo Cristão Católico, essa veemente suspeita acertadamente mantida a meu respeito, portanto, com sinceridade de coração e fé genuína, eu abjuro, maldigo e detesto os Referidos erros e heresias, e, de modo geral, todos os outros erros e seitas contrários à referida Santa Igreja; e juro que jamais no futuro direi ou asseverarei seja o que for, verbalmente ou por escrito, que possa motivar uma suspeita similar de mim; mas que se eu souber de algum herético, ou de alguém suspeito de heresia, denunciá-lo-ei a este Santo Conselho, ou no Inquisidor ou Ordinário do lugar em que eu esteja. Juro, mais ainda, e prometo que cumprirei observarei plenamente todas as penitências que a mim tenham sido ou venham, a ser impostas per este Santo Conselho. Mas, caso aconteça que eu viole qualquer de minhas promessas, juramentos e protestos citados, eu me sujeito a todas as dores e punições decretadas a promulgadas pelos sagrados cânones e outras constituições gerais e particulares contra delinqüentes dessa descrição. Assim, que Deus me ajude, a Seu Sagrado Evangelho, que eu toco com as minhas próprias mãos; eu, o acima citado Galileu Galilei, abjurei, jurei, prometi e me comprometo como acima; e, em testemunho do que, com a minha própria mão subscrevi o presente escrito de minha abjuração, que eu recitei palavra per palavra." 
 
O julgamento de Galileu, em Roma, ficou marcado por uma especial indulgência, e nunca viria a ser preso. Mas o veredicto foi, mesmo assim, de culpado por ter "mantido e ensinado" a doutrina de Nicolaus Copernicus (1473 - 1543), astrônomo e clérigo polaco.
 
Ao sair do tribunal, Galileu disse uma frase célebre: "Epur si Muove!", que traduzida diz, "e contudo ela move-se". 
 
Morreu cego e condenado pela igreja, longe do convívio público. 
 
Em 1983, 341 anos após a sua morte, a mesma igreja, revendo o processo, decidiu pela sua absolvição.

Maiores Informações Em:

Galileu Galilei


10/10/2011

A best-seller que nunca publicou um livro



Aos 26 anos, a autora-blogueira-twitteira americana Amanda Hocking ficou milionária com seus 9 e-books. São romances sobrenaturais e vampirescos escritos sob a inspiração de Stephen King. Ela fez tudo sozinha - escreveu, divulgou, vendeu e desenhou até as capas - e ganhou US$ 2 milhões sem nunca ser publicada no papel. Agora Hocking acaba de duplicar sua fortuna com um contrato de US$ 2 milhões para escrever uma série de 4 romances para uma editora de livros tradicional.


Maiores Informações Em:





05/10/2011

Chernobil - 25 anos depois...



Os sinais da catástrofe com a usina nuclear na cidade ucraniana de Chernobil ainda permanecerão por séculos. Mas apesar do trauma coletivo na região afetada, as opiniões sobre o uso de energia nuclear ainda se dividem.  
 
Na manhã de 26 de abril de 1986, um experimento mau-sucedido com o sistema de resfriamento mudaria o destino dos moradores de Chernobil, na fronteira com a Bielorrússia. O reator número quatro do complexo nuclear – que naquele momento era símbolo da tecnologia soviética e orgulho socialista – derreteu, explodiu e durante dias lançou grande quantidade de material radioativo na atmosfera.

“Chuva nuclear”
 
 
As autoridades soviéticas foram lacônicas. Os primeiros alertas de índices elevados de radiação vieram de pesquisadores suecos. A notícia espalhou-se rapidamente pela Europa. Mas enquanto na Holanda as vacas foram confinadas e o espinafre foi tirado do mercado, o desfile de 1º de maio na Ucrânia foi realizado com a mesma pompa de sempre, como conta Tamara Smirnova, que morava nas proximidades de Chernobil na época do acidente.  
 
“1º de maio era o Dia do Trabalhador e havia desfiles especiais em cada cidade. As pessoas andavam normalmente pelas ruas, enquanto a chuva nuclear caía sobre nós. Depois de uma semana começaram a distribuir iodo. Mais tarde, nos demos conta do perigo, mas justamente na primeira semana as crianças ainda brincavam ao ar livre."
 
A morte no ar  
 
Gradualmente, foi-se compreendendo a dimensão do desastre e surgiu o pânico. Moradores foram evacuados. Aos 30 anos e com um filho recém-nascido, Tamara considerou ir para outra região da União Soviética. “Em toda parte havia morte no ar”, comenta, falando sobre o perigo invisível. “Aprendi o que é realmente ter medo.”  
 
As opiniões variam sobre as exatas consequências do desastre nuclear em Chernobil. Embora o número oficial de mortos continue em 50, o número de crianças com câncer de tireóide na área ao redor de Chernobil é enorme.  
 
A organização Mundial da Saúde estimou em 2006 que nos próximos anos entre 4000 e 9000 pessoas iriam morrer em consequência da radiação. A organização ambiental Greenpeace acredita que este número seja dez vezes maior. 
 
 
 
Pragmatismo  
 
Apesar disso, 25 anos depois, o pensamento sobre a energia nuclear não é dominado apenas pelo medo, mas também pelo pragmatismo. Como aponta a jornalista holandesa Franka Hummels, autora do livro ‘De Generatorgeneratie’ (A geração gerador), sobre as consequências do desastre de Chernobil na região afetada.  
 
“Logo após a queda da União Soviética, os ucranianos declaram seu país ‘zona livre de energia atômica’, mas ao mesmo tempo tiveram dificuldade em se desfazer de suas usinas nucleares porque não tinham outra alternativa”, diz Hummels. Só em 2001 - por pressão da União Europeia e da comunidade internacional – os outros reatores de Chernobil foram desativados.

Inabitável 
 
O pais vizinho, a Bielorrússia, faz planos para a construção de uma central de energia nuclear. Uma decisão que apesar de delicada, seria necessária para que o país não dependa de gás e petróleo russo no futuro. A dimensão da catástrofe atualmente é mais subestimada do que exagerada pelo regime ditatorial do presidente Alexander Lukashenko, segundo Hummels.  
 
“Na parte da zona proibida que fica na Bielorrússia, área que foi declarada inabitável para sempre pela ONU, acontece no momento inclusive uma ação de repovoamento. Novos moradores são ‘compensados’ pelos riscos à saúde através de aluguel, água e eletricidade gratuitos.”  
 
 
 
Local vulnerável 
 
Ironicamente, a ucraniana Tamara vive há sete anos na Holanda, bem perto da única usina nuclear do país. “É o meu destino”, diz, rindo com certo amargor. “Eu não teria construído uma usina nuclear num lugar vulnerável como este. Ao que parece, o mundo não aprendeu nada 25 anos depois de Chernobil!”  
 
A usina atômica de Chernobil era de fabricação soviética e, portanto, não seria representativa para riscos em outros lugares do mundo, supunha-se. Mas o recente desastre em Fukushima pôs o mundo novamente em confronto com os riscos da energia nuclear. “Também se pensava que a tecnologia e a segurança no Japão fossem muito bem calculadas. Não acredito que a situação na Holanda seja mais segura”, diz Tamara.  
 
Assim como o desastre de Chernobil, Fukushima provocou debates na Holanda sobre o uso de energia nuclear, mas não se chegou a novas conclusões. O atual governo quer que a construção de uma nova usina, já planejada, siga em frente.
 
 
 
 
 
Maiores Informações Em:
 
Chernobyl-25-years-later