Quando
se fala em Rio de Janeiro, o que vem a mente? Pedra da Gávea, Pão de Açúcar, Cristo Redentor, Lapa, bossa-nova, samba, Ipanema e por aí vai. Mas já pensou
em fazer um passeio por igrejas, espaços culturais e praças? Não?! Olha, é um
roteiro diferente e interessante. Que tal conhecer essas dicas e fazer um
passeio pelo centro histórico da cidade maravilhosa?
O passeio
pelos pontos turísticos pode ser feito a pé e em dias úteis, em horário
comercial, quando a maioria das igrejas permanece aberta, a região está mais
policiada, há vários táxis em circulação e os restaurantes estão funcionando.
Entretanto, nos fins de semana, têm lugar importantes atrações, como as missas
e os eventos nos centros culturais (mostras, peças e exposições) e, embora a
segurança deixe a desejar e a vivacidade seja menor nas ruas do Centro, nada o
impede de realizar o roteiro.
Os pontos turísticos apontados aqui, permitem que os turistas e visitantes
conheçam muitas igrejas imponentes e exuberantes e muitos centros culturais
instalados próximos a Baía de Guanabara.
Vamos
as dicas!
1.
Igreja do Mosteiro de São Bento
– Expressão máxima do barroco na cidade, a igreja cuja construção data de 1633
a 1690 tem uma fachada austera que esconde um rico interior revestido por
talhas de madeira dourada. Os oito magníficos altares laterais ostentam as
imagens dos séculos XVII e XVIII. Não deixe de apreciar as delicadas formas dos
anjos que adornam seu interior. Na sacristia, destaca-se o Cristo representado
no painel Senhor dos martírios, pintado em 1690 por frei Ricardo do Pilar,
autor de outros quadros do mosteiro. Aos domingos, às 10 horas, realiza-se a
concorrida missa em que os monges entoam cantos gregorianos – para ouvi-los
deve-se chegar ao local com bastante antecedência. Endereço: Rua D. Gerardo,
68, Centro, tel. (21) 2291-7122. Todos os dias das 8h às 11h e das 14h30 às18h.
2.
Centro Cultural dos Correios -
O prédio em estilo eclético que sediaria uma escola profissionalizante do Lloyd
brasileiro teve sua construção iniciada por volta de 1920. Porém, antes mesmo
da inauguração, em 1922, já havia sido transferido para os Correios, cuja
administração funcionou no local até a década de 1980. Após ser desativada,
passou por reformas e, em 1993, foi transformado em centro cultural.
Preservaram-se elementos característicos da época de sua construção, como o
elevador, para três pessoas, além do ascensorista. Exposições de arte gratuita
são realizadas em suas salas, enquanto filmes, peças e apresentações de música
brasileira de concerto concentram-se em um auditório para duzentas pessoas. O
térreo abriga uma pequena galeria para exposições, uma agradável cafeteria e
uma agência dos Correios em funcionamento, assim se estiver por lá, aproveite e
envie um cartão postal da cidade para um amigo. (Ele vai morrer de inveja,
hehehe!). Na praça dos Correios, ao lado, podem ocorrer eventos ao ar livre.
Endereço: Rua Visconde De Itaboraí, 20, Centro, tel. (21) 2253-1580. Terça a
domingo das 12h às 19h.
3.
Casa França-Brasil
– O projeto – primeiro registro do estilo neoclássico na cidade – é do
arquiteto francês Grandjean de Montigny, que veio ao país em 1816 com a Missão
Francesa. (A Missão Francesa foi chefiada pelo intelectual Joaquim Lebreton e
trouxe diversos artistas com Nicolas Taunay e Jean-Baptiste Debret, além do
arquiteto Grandjean. Essa missão teria sido uma iniciativa de dom João VI para formar
no Brasil a Academia de Artes e Ofícios e inaugurar o ensino sistemático da
arte. Lebreton trouxe consigo uma pequena coleção de quadros, que deu origem ao
acervo existente no Museu Nacional de Belas-Artes.) Inaugurado em 1820 como
praça do comércio, o espaço foi utilizado depois como Alfândega, arquivo de
bancos e finalmente, de 1956 a 1978, como sede do Segundo Tribunal do Júri.
Hoje funciona como centro cultural, sem acervo próprio, e abriga exposições ao
longo do ano. Para saber sobre a programação visite o site Casa França-Brasil.
Merece apreciação as 24 colunas em estilo dórico (de madeira com pintura de trompe l’oeil que imita
mármore) que demarcam a área sob a grande abóboda central com clarabóia no
alto. Há uma pequena livraria, café e um cinema. Nos fundos da Casa funciona o
Arte Temperada Bistrô e Buffet, com opções de pratos franceses e alguns
brasileiros, e abre diariamente (tel. (21) 2253-2589, todos os dias das 12h às
19h). Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78, Centro, tel. (21) 2253-5366,
terça a domingo das 12h às20h.
4.
Igreja da Ordem Terceira do Carmo
– Inaugurada por volta de 1770, é uma das únicas igrejas da cidade cuja fachada
é totalmente revestida de pedra. Entre os destaques, seis altares que
representam os passos da Paixão de Cristo e, na sacristia, um lavabo de mármore
assinado por Valentim da Fonseca e Silva, o mestre Valentim. No altar-mor há
uma imagem rara: a da santa Emerenciana, tida como bisavó de Jesus, representada
como a filha Santa Ana (mãe de Maria e avó de Jesus) em seus braços. Endereço:
Rua 1º de Março, s/n, Centro, tel. (21) 2242-4828. Segunda a sexta das 8h às
16h; sábado das 8h às12h.
5.
Igreja Nossa Senhora da Candelária – A atual construção erguida entre 1775 e 1898,
substituiu a original do fim do século XVI. O interior é revestido de mármore
e, no teto da nave, há painéis de Zeferino da Costa, executados por volta de
1880, que narram a história da igreja. As belas portas de bronze do escultor
português Antônio Teixeira Lopes foram instaladas em 1901. Em frente pode se
ver a escultura Mulher com ânfora de autoria de Humberto Cozzo. Endereço: Praça
Pio X, Centro, tel. (21) 2233-2324. Segunda a sexta das 8h às 16h; sábado das
8h às12h e domingo das 9h às 13h.
6.
Igreja Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores – Situada na histórica rua do Ouvidor, a modesta igreja é considerada
por muitos a mais charmosa da cidade – internamente toda esculpida com madeira,
possui clarabóia na sacristia. Erguida por mascates em 1750 como um oratório
público, passou por ampla remodelação no século XIX. Em 1893, durante a Revolta
da Armada – sublevação da Marinha contra o governo -, uma bala de canhão
endereçada ao Palácio do Itamaraty atingiu o campanário e derrubou uma imagem
de mármore de Nossa Senhora. A estátua (qe escapou incólume) e o artefato que a
atingiu estão na sacristia. Aproveite a visita para admirar na rua os sobrados
com fachadas decoradas e o calçamento de paralelepípedos. Endereço: Rua do
Ouvidor, 35, Centro, tel (21) 2509-2339. Segunda a sexta das 8h às 14h.
7.
Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - Erguido entre 1880 e 1906, o prédio onde hoje funciona
o CCBB foi projetado em estilo neoclássico por Francisco Joaquim Bethencourt da
Silva, seguidor de Grandjean de Montigny. Construído para sediar a Praça do
Comércio (espécie de Bolsa de Valores da época), tornou-se propriedade do Banco
do Brasil na década de 1920 e, desde 1989, abriga o centro cultural. Nele
ocorrem algumas das atrações mais respeitadas da cidade, entre exposições de
arte de qualidade, eventos musicais e peças de teatro. Funciona também como
ponto de encontro, lazer e happy hour, pois dispõe de cinema, biblioteca,
livraria e restaurante. Repare na arquitetura do prédio, no belo hall central e
no requinte das colunas e dos ornamentos. Endereço: Rua 1º de Março, 66,
Centro, tel. (21) 3808-2020. Terça a domingo das 10h às 21h.
8.
Real Gabinete Português de Leitura - A mais espetacular biblioteca de obras portuguesas fora
de Portugal, com pelo menos 350 mil títulos, fica num edifício datado de 1837
em estilo neomanuelino. O imponente e belo salão de leitura, de pé-direito
alto, deixa à mostra a estrutura metálica decorada com motivos medievais
dourados, que termina em um vitral de ferro e vidro que cobre todo o salão. As
mesas de leitura são de jacarandá trabalhado. Entre as raridades, estão oas
Ordenações de dom Manuel, por Jacob Cromberger, editadas em 1521; manuscritos
de Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco; e o Dicionário de língua tupy,
de Golçalves Dias. Parte do acervo pode ser visitada, à exceção das obras
raras. Endereço: R. Luís de Camões, 30, Centro, tel. (21)2221-3138. Segunda a
sexta de 9h às 18h.
9.
Centro de Arte Hélio Oiticica -
O prédio é uma imponente construção do século XIX, em estilo neoclássico e foi
concebida para receber o Conservatório de Música e hoje abriga a coleção de um
dos artistas brasileiros mais radicais entre os anos de 1960 a 1970, criador
dos parangolés, obras de arte multicoloridas que podem ser vestidas como capas.
Em suas seis galerias ocorrem algumas exposições temporárias de artistas
consagrados. Endereço: R. Luís de Camões, 68, Centro, tel. (21) 2232-1104.
Terça a sexta das 11h às 18h; sábado, domingo e feriados das 11h ás 17h.
10
Igreja de São Francisco de Paula
– Originalmente uma ermida que se tornou capela e depois igreja, tem a pedra
fundamental datada de 1759, embora só tenha ficado pronta em 1865. Apresenta
fachada de traços barrocos, com frontão curvilíneo em cantaria, e apesar de mal
conservada e cercada de vendedores ambulantes, merece ser visitada pelas
surpresas que podem ser admiradas em seu interior, como os vitrais vindos de
Munique, e os ornamentos feitos por Mestre Valentim na capela-mor, os entalhes
de Antônio de Pádua Castro e as pinturas de Vítor Meireles. Endereço: Largo de
São Francisco, s/n, Centro, tel. (21) 2509-0067. Segunda a sexta das 9h às 13h.
11.
Espaço Cultural da Marinha -
Tem destaque o navio-museu Bauru, o submarino-museu Riachuelo e a galeota a
remo de 1808, usada pela família imperial. Há ainda instrumentos de navegação e
objetos de naus que naufragaram. O local oferece visita guiada à ilha Fiscal,
com interessantes construções neogóticas e onde foi realizado o último baile da
monarquia, dias antes da proclamação da República. Endereço: Av. Alfredo
Agache, s/n, Centro, tel (21) 2104-6025. Terça a domingo das 12 às 17h. Passeios
à ilha Fiscal: quinta a domingo às 13h, 14h30 e 16h.
12.
Paço Imperial –
Construída em 1743, este palácio em estilo colonial serviu como residência dos
vice-reis, foi sede do governo português a partir de 1808 com a chegada de Dom
João e sua corte, assistiu a elevação da colônia à condição de Reino Unido de
Portugal, Brasil e Algarves em 1815 e finalmente transformou-se em sede do
governo imperial a partir de 1822. O prédio, tombado como patrimônio histórico,
foi palco de acontecimentos importantes, como a aclamação de dom João VI como
rei de Portugal, o Dia do Fico e a assinatura da Lei Áurea. Após a Proclamação
da República, foi sede dos Correios e Telégrafos; restaurado em 1985, passou a
ser utilizado como centro cultural, com boa programação de arte contemporânea e
sala de cinema. Para saber da programação acesse Paco Imperial
(www.pacoimperial.com.br). Há ainda o sebo Livraria Imperial, com acervo de
artes e ciências humanas (tel. (21) 2533-4537. Segunda a sexta das 9h às 20h;
sábado das 11h às 17h), a loja de música Arlequim (tel. (21) 2240-9398. Segunda
a Sexta das 9h às 20h; sábado das 10h às 17h) e o Bistrô do Paço (tel. (21)
2262-3613. Todos os dias das 11h às 19h). Endereço: Praça 15 de Novembro , 48,
Centro, tel. (21) 2533-4491. Terça a domingo das 12h às 18h.
13.
Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé - Erguida em 1761, ostenta em seu
interior talha em estilo rococó, de mestre Inácio Ferreira Pinto, altar-mor com
entalhes em prata lavada, lavatório em mármore e teto decorado com majestosos
painéis. Nela, foram realizadas as mais importantes cerimônias católicas da
cidade, como a missa de coroação de dom Pedro I, o batizado e o casamento de
dom Pedro II e da princesa Isabel. Infelizmente o exterior sofreu alterações,
perdendo muitos elementos originais. Endereço: Rua 7 de Setembro, 15. esquina
com a Rua 1º de Março, Centro, tel. (21) 2242-7766. Segunda a sexta e todo
primeiro sábado do mês ads 8h às 16h.
14.
Praça Quinze e Estação das Barcas
– A praça Quinze de Novembro guarda relíquias históricas, como o Paço Imperial
e o chafariz do Mestre Valentim, em forma de pirâmide, construído em 1789, com
mármore e gnaisse (pedra de galho), para substituir um primeiro, datado de
1750. Da praça, vê-se também o pequeno Arco do Teles, uma passagem construída
pela família Teles de Meneses no século XVIII. A Estação das Barcas, onde se
situava o antigo Cais Pharoux, porta de entrada e saída da cidade, foi erguida
no século XIX, com balsas para Niterói. Hoje, faz a ligação entre Rio, Niterói
e Paquetá e funciona 24 horas, com saídas regulares. Confira os horários no
site Barcas S/A (www.barcas-sa.com.br) ou ligue para (21)4004-3113. No centro
da praça está o Monumento ao General Osório, bronze do escultor Rodolfo
Bernardeli feito entre 1888 e 1894.
15.
Igreja Nossa Senhora do Bonsucesso – No século XVI, a fundação da Santa Casa de
Misericórdia impulsionou a construção de uma pequena capela de barro, sob a
administração do hospital. Desde então, a igreja, também conhecida como Nossa
Senhora da Misericórdia e Santa Isabel, sofreu inúmeras reformas, sobretudo
entre os séculos XVII e XVIII, quando recebeu o nome atual. A fachada é fruto
de uma grande reconstrução do século XIX e XVIII., quando recebeu o nome atual.
a fachada é fruto de uma grande reconstrução do século XIX, que também
acrescentou uma cúpula a capela-mor. No interior, destacam-se os retábulos do
século XVII, que são os mais antigos da cidade, e o púlpito, oriundos do antigo
Colégio dos Jesuítas no morro do Castelo, demolido em 1922. Endereço: Largo da
Misericórdia, s/n, Centro, tel. (21) 2220-3001. Segunda a sexta das 7h às15h30.
O Rio de Janeiro guarda muitas surpresas e também muita história que é contada através de seus casarões antigos, igrejas, praças, museus entre outros pontos turísticos. No primeiro post sobre o Centro Histórico do Rio de Janeiro, falamos sobre algumas atrações presentes no centro e que muitos turistas, que visitam a Cidade Maravilhosa, esquecem que existe.
Continuando
com as dicas sobre o centro histórico do Rio de Janeiro, vamos dar mais sete
dicas legais além de 3 dicas de restaurantes e bares que também tem história
para contar.
Depois
de andar tanto, uma parada para recarregar as baterias é obrigatória. As
estreitas e históricias ruas do Centro é recheada por botecos e restaurantes,
sobretudo os de influência portuguesa e muitos tem mais de cem anos de
existência. Então, que tal visitar e saborear algo nos centenários botequins do
centro? Para fechar essa matéria, nada melhor do que dicas sobre restaurantes e
bares situados bem próximos dos pontos turísticos do centro. Aí vão três
preciosas dicas.
1. No tradicional e agradável Rio Minho,
aberto em 1884, pode-se saborear um petisco no balcão enquanto se admiram seus
azulejos. O lugar ganhou fama por servir pratos como a sopa Leão Veloso, à base
de frutos do mar. Endereço: Rua do Ouvidor, 10, tel. (21) 2509-2338. Segunda a
sexta das 11h às 16h.
2. O Bar do Luiz aberto em 1887 pelo
alemão Adolf Rumjaneck, é uma instituição carioca. Desde 1927 no mesmo
endereço, oferece chope gelado, cozinha alemã, além de embutidos, frios e
carnes variadas. Ari Barroso e Bezerra da Silva foi alguns de seus
frequentadores. Endereço: Rua da Carioca, 39, tel. (21) 2262-6900. Segunda a
sábado das 11h às 23h30; domingo de 12h às 18h
3.
O português
Panafiel, fundado em 1913, com ambiente simples traz pratos fartos, e atrai
para o almoço aqueles que querem saborear o arroz de lula e de pescadinha, o
mocotó à portuguesa, a dobradinha e o bacalhau com arroz e brócolis. Endereço:
Rua Senhor dos Passos, 121, tel. (21) 2224-6870. Segunda a sexta as 11h às
15h30.
Amigos,
Espero que tenham gostado... e curtam o passeio...