Homenagem aos 100 anos do bondinho
27/Out/1912 - 27/Out/2012
Por Ney Deluiz
27/Out/1912 - 27/Out/2012
Por Ney Deluiz
Há 2 teorias para
a origem do nome
Pão de Açúcar.
Uma, a de que os portugueses o batizaram assim
pela semelhança com um pão de açúcar,
recipiente usado
para transportar torrões de açúcar
da Ilha
da Madeira para a Europa. A outra,
a de que o nome
vem de pau-nh-açuquã, que em tupi significa morro alto e pontudo.
A ideia
de se construir um teleférico até o topo
do Pão de Açúcar
surgiu durante
a Exposição que comemorou o centenário da abertura
dos portos em
1908, sendo que
as obras começaram
em 1910.
Quem primeiro escalou
o Pão de Açúcar
foi a inglesa
Henrietta Carstairs,
que fincou ali a bandeira inglesa em 1817, um feito para a época. Nisto, um
militar português do quartel colonial da Urca, que nem alpinista era, indignado
com a ousadia subiu lá no dia seguinte e trocou a bandeira inglesa pela
bandeira portuguesa.
Subir até
o topo podia não ser problema, mas
transportar toneladas
de equipamentos pelos
penhascos, sim.
Por isto
mesmo a tarefa
foi dividida
em 2 etapas
distintas: 1) o Morro da Urca e 2) o Pão de Açúcar.
100 operários-alpinistas fincaram pinos
na pedra
e foram levando
cordas e as peças de um guincho manual desmontado de 4 toneladas. Outra
equipe foi
pela floresta
até a base do morro, arrastando um cabo de aço.
Eis uma parte do guincho manual desmontável de 4 toneladas que
os operários-alpinistas subiram no braço.
Já no topo, os alpinistas montaram o
guincho manual e, com as cordas que levaram, içaram o pesado cabo de aço que estava na base do morro.
Daí, construíram um elevador de carga para subir o resto do material.
Após os cabos
e as engrenagens, foi
a vez de acoplar
os 2 bondinhos
feitos na
Alemanha em
madeira maciça.
Em 27/Out/1912 foi inaugurada a estação do Morro da Urca, dia em que 577
pessoas subiram lá.
Naquele dia
mesmo, o pomposo
nome de Camarote Carril foi
substituído simplesmente por ”bondinho”.
O passo
seguinte foi
a construção da
estação do Pão
de Açúcar, a 395 m de altura e usando
a mesma técnica.
A partir daí, ir até o Pão de Açúcar para ver a vista deslumbrante passou a ser o objeto de desejo de todos.
Quando o teleférico do Pão de Açúcar
foi construído, só existiam 2 outros
deste porte
no mundo:
um no Monte Ulia, na Espanha (1907),
com 280 m, e outro em Wetterhorn, na Suíça (1908), com 560 m.
As duas
linhas do teleférico carioca somam 1.325 m, mais de uma vez
e meia a soma dos teleféricos
espanhol e suíço
juntos, o que
dá a dimensão
da competência da engenharia brasileira da
época.
Os cabos
do trecho Praia Vermelha-Morro da Urca têm
575 m e os do Morro da Urca-Pão
de Açúcar, 750 m.
Desde 1912, o bondinho já
transportou mais
de 31 milhões de turistas.
Em 100 anos, houve
apenas 3 acidentes
sem vítimas:
1) na revolução
comunista de 1935, uma bala de canhão
atingiu a estação
da Praia Vermelha, que
teve de ser fechada; 2) em 1951, um cabo
se rompeu e as pessoas foram
retiradas durante
a noite; 3) em 2000, um cabo
não resistiu
e todos foram
retirados de helicóptero.
O bondinho
foi cenário
em 1925 do filme brasileiro mudo A Esposa do Solteiro,
onde um ator
se pendura
nos cabos. Em
1979 foi a vez
das aventuras do James Bond no filme 007 Contra o Foguete da Morte.
Em 1972, como os
bondinhos antigos
não mais
atendiam ao
volume crescente de turistas,
foi inaugurada uma 2ª linha
com 2 carros novos
para passageiros em cada
trecho, com capacidade para
75 pessoas cada
um.
Com os
4 novos bondinhos
e os carros
de carga, hoje
o sistema transporta em média
3.000 turistas/dia.
Com vista panorâmica de 360º e um cenário destes,
não há
como a viagem
de bondinho não
ser inesquecível…
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