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22/09/2012

A História do Bondinho do Pão de Açúcar


Homenagem aos 100 anos do bondinho
27/Out/1912 - 27/Out/2012
Por Ney Deluiz


2 teorias para a origem do nome Pão de Açúcar. Uma, a de que os portugueses o batizaram assim pela semelhança com um pão de açúcar, recipiente usado para transportar torrões de açúcar da Ilha da Madeira para a Europa. A outra, a de que o nome vem de pau-nh-açuquã, que em tupi significa morro alto e pontudo.



A ideia de se construir um teleférico até o topo do Pão de Açúcar surgiu durante a Exposição que comemorou o centenário da abertura dos portos em 1908, sendo que as obras começaram em 1910.







Quem primeiro escalou o Pão de Açúcar foi a inglesa Henrietta Carstairs, que fincou ali a bandeira inglesa em 1817, um feito para a época. Nisto, um militar português do quartel colonial da Urca, que nem alpinista era, indignado com a ousadia subiu lá no dia seguinte e trocou a bandeira inglesa pela bandeira portuguesa.





Subir até o topo podia não ser problema, mas transportar toneladas de equipamentos pelos penhascos, sim. Por isto mesmo a tarefa foi dividida em 2 etapas distintas: 1) o Morro da Urca e 2) o Pão de Açúcar.







100 operários-alpinistas fincaram pinos na pedra e foram levando cordas e as peças de um guincho manual desmontado de 4 toneladas. Outra equipe foi pela floresta até a base do morro, arrastando um cabo de aço.







Eis uma parte do guincho manual desmontável de 4 toneladas que os operários-alpinistas subiram no braço.
















Já no topo, os alpinistas montaram o guincho manual e, com as cordas que levaram, içaram o pesado cabo de aço que estava na base do morro. Daí, construíram um elevador de carga para subir o resto do material.








A seguir, foram então erguidas as estações do Morro da Urca e a Casa de Máquinas na Praia Vermelha.




Após os cabos e as engrenagens, foi a vez de acoplar os 2 bondinhos feitos na Alemanha em madeira maciça.

Em 27/Out/1912 foi inaugurada a estação do Morro da Urca, dia em que 577 pessoas subiram lá. 


Naquele dia mesmo, o pomposo nome de Camarote Carril foi substituído simplesmente por ”bondinho”.



O passo seguinte foi a construção da estação do Pão de Açúcar, a 395 m de altura e usando a mesma técnica.

O trecho Morro da Urca–Pão de Açúcar foi inaugurado em 18/Jan/1913, 18 anos antes do Corcovado.


A partir daí, ir até o Pão de Açúcar para ver a vista deslumbrante passou a ser o objeto de desejo de todos.

Quando o teleférico do Pão de Açúcar foi construído, só existiam 2 outros deste porte no mundo:
um no Monte Ulia, na Espanha (1907), com 280 m, e outro em Wetterhorn, na Suíça (1908), com 560 m.

As duas linhas do teleférico carioca somam 1.325 m, mais de uma vez e meia a soma dos teleféricos
espanhol e suíço juntos, o que dá a dimensão da competência da engenharia brasileira da época.

Os cabos do trecho Praia Vermelha-Morro da Urca têm 575 m e os do Morro da Urca-Pão de Açúcar, 750 m.


Desde 1912, o bondinho já transportou mais de 31 milhões de turistas.

Em 100 anos, houve apenas 3 acidentes sem vítimas: 1) na revolução comunista de 1935, uma bala de canhão atingiu a estação da Praia Vermelha, que teve de ser fechada; 2) em 1951, um cabo se rompeu e as pessoas foram retiradas durante a noite; 3) em 2000, um cabo não resistiu e todos foram retirados de helicóptero.


O bondinho foi cenário em 1925 do filme brasileiro mudo A Esposa do Solteiro, onde um ator se pendura
nos cabos. Em 1979 foi a vez das aventuras do James Bond no filme 007 Contra o Foguete da Morte.







Em 1972, como os bondinhos antigos não mais atendiam ao volume crescente de turistas, foi inaugurada uma 2ª linha com 2 carros novos para passageiros em cada trecho, com capacidade para 75 pessoas cada um.







Com os 4 novos bondinhos e os carros de carga, hoje o sistema transporta em média 3.000 turistas/dia.










Com vista panorâmica de 360º e um cenário destes, não há como a viagem de bondinho não ser inesquecível…


Autor da Pesquisa: Ney Deluiz








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