-->

21/09/2011

Guns n´ Roses - Rock In Rio 4 - 02/10/2011 - Parte 3

Por Wilson Hebert 
Futebol e Variedades

Na primeira parte contamos como foi o início da banda, passando por dificuldades, precisando vender até equipamentos para voltar pra casa. Na segunda parte, o auge, o sucesso, as brigas, as discussões e as intermináveis polêmicas. 
 
Agora nessa terceira e última parte, trazemos mais confusões envolvendo os integrantes da banda e um inesperado declínio, culminando com uma considerável diminuição nas badalações em torno dos shows, porém, mostrando que Axl e Cia continuam na memória de muitos fãs. Acompanhe essa fase mais recente da banda aqui nesse post. 
 
Primeira Guerra: Axl x imprensa dos Estados Unidos e da Inglaterra 
 
Com a turnê chegando ao seu fim, no último show acontecido em Buenos Aires, uma cena chamou atenção. Ao se despedir do público na ocasião daquela série de apresentações, todos os componentes do Guns chegaram à beirada do palco, abraçados, mostrando que apesar de tudo, eles continuavam unidos... Só que na verdade era unidos como nunca e brigando como sempre, tanto que na viagem de volta da Argentina para os Estados Unidos, Izzy Stradlin anunciou aos seus companheiros que estava deixando a banda por não aguentar mais a pesada rotina de shows. De fato, a Use Your Illusion Tour foi uma das maiores turnês já feitas por uma banda de rock. 
 
De volta ao seu país, Axl enfrenta a primeira crise séria da banda, que abriria caminho para várias outras. E esse primeiro embate foi justamente contra a imprensa norte-americana e a inglesa... Após dizer que na sua avaliação os jornalistas brasileiros eram os piores que ele tinha visto, já que na sua passagem pelo Brasil ele enfrentou duas situações desagradáveis, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro, como foi revelada na parte 2 desse especial, Axl enfrentou uma onda de pesadas críticas contra a sua pessoa, por ter citado na música Get in the Ring nome de vários jornalistas famosos dos Estados Unidos e da Inglaterra, no qual ele, o vocalista do Guns, gostaria de acertar as contas. 
 
 
A tradução do nome da música é “Entre no Ringue”. Na letra, Axl desafia inúmeros jornalistas para a briga, os ofende com palavrões e debocha da honra dos respectivos profissionais. No videoclip que pode ser visto acima, dá para perceber imagens de shows e outros clips da banda. O sentido é o de mostrar que o trabalho do Guns seria mais bem sucedido e de maior competência do que dos jornalistas que, segundo a música, apenas sabem criticar e se preocupar com os outros. 
 
Só que o que parecia algo particular entre Axl Rose e jornalistas, ganhou proporções maiores que as imaginadas pelo vocalista da banda. Os jornais, revistas e demais veículos de comunicação em que esses profissionais trabalhavam e que também tem seus nomes citados na música, tomaram as dores dos seus funcionários e passaram a adotar uma posição contrária à Axl. Foi nesse momento que o Guns passou a ter sua imagem arranhada perante a opinião pública não apenas americana, mas também britânica. 
 
Segunda Guerra: Axl x sua ex-esposa 
 
Axl já havia brigado com alguns fãs. Discutia quase todos os dias com os companheiros de banda e tinha entrado numa guerra declarada contra a imprensa. Faltava quem? Um fato que ainda não trouxemos nesse especial, foi que Axl havia se casado e, ao mesmo tempo, mantinha uma relação extra-conjugal. Resultado: briga com as mulheres da sua vida.



O pior disso tudo aconteceu em 1994, quando Axl Rose foi surpreendido tendo que responder a mais uma ação judicial nas várias que colecionava na sua vida. A sua ex-esposa, Stephanie Seymour, entrou com uma representação na justiça por conta de agressões sofridas do seu ex-companheiro. O líder do Guns teve que pagar a maior indenização de todas as que pagou durante sua vida de eterno processado. A alta quantia sequer chegou a ser divulgada para preservar a moça que se separava de Axl Rose. 
 
Guns lança CD de covers e se depara com uma enxurrada de críticas




Não precisa nem dizer qual foi a reação da imprensa diante deste processo, né... Praticamente todos os jornais dos EUA e da Grã Bretanha se posicionaram favoráveis a ex-esposa de Axl Rose. Primeiro porque nesses países, um crime como este, acima de tudo, é tido como algo totalmente amoral e imoral. E segundo porque a vontade em jogar o público contra o líder do Guns era gigantesca por parte da mídia. 
 
Eis que nessa onda de crucificação, Axl Rose tem uma idéia que tinha tudo pra ser brilhante. Resolve convidar inúmeras bandas e músicos a ficarem ao seu lado e resolve os homenagear lançando um CD apenas com covers de outros grandes nomes do rock mundial. Nasce o “The Spaghetti Incident”. 
 
Uma macarronada acidental seria a junção das bandas para uma briga contra os jornalistas, idéia que passou a ser buscada a todo instante por Axl. Acontece que pra sua surpresa, embora os músicos tenham aprovado a idéia do CD e liberado tais canções para regravação, nenhum assumiu em público qualquer posição favorável ao líder do Guns nessa briga. 
 
 
Os fãs da banda curtiram o disco. Mais de 10 milhões de cópias foram vendidas em todo o mundo. A música Since I Don't Have You, cover da banda The Skyliners, foi o grande sucesso do trabalho. Mas isso foi a contramão da recepção feita pela crítica especializada. 
 
Tomando cuidado para não respingar nenhuma crítica contra os músicos autores das músicas regravadas no disco, a imprensa se preocupou em concentrar toda e qualquer opinião em cima do vocalista do Guns N’ Roses. E foi uma enxurrada de críticas. Algumas delas davam conta de que a banda estava chegando ao seu fim, demonstrando não ter mais capacidade de criação. Outras denotavam uma suposta falta de caráter do líder do Guns, que, segundo uma publicação da Revista Spin, quando não fazia músicas com xingamentos e nem agredia sua ex-esposa, “roubava” o trabalho dos outros músicos. 
 
Terceira Guerra: integrantes do Guns x eles mesmos 
 
Um fato que ficou reservado durante algum tempo, foi a total reprovação dos demais integrantes da banda quanto ao disco. Ninguém queria lançar aquele trabalho, a não ser Axl Rose, que praticamente obrigou seus companheiros e participarem das gravações. Em algumas delas, Slash, quem mais encarava Axl, chegou a abandonar o estúdio enquanto os outros tocavam. As discussões entre os dois ficavam cada vez mais séria. 
 
E com a onda de “queimação de filme” por parte da mídia, com um tempo, o sucesso de vendas do disco obteve uma queda tão grande que a direção da Geffen Records ficou assustada, pensando até em alguma medida de marketing para tentar recuperar o prestígio da banda.
 
E em meio às inúmeras brigas que aconteciam numa freqüência cada vez mais intensa, Gilby Clarke, que havia entrado na banda no lugar de Izzy e participou somente do The Spaghetti Incident, resolveu deixar seus companheiros, demonstrando total descontentamento com os mandos e desmandos não apenas de Axl, mas também de Slash, que tinha recusado as composições de Clarke e convencido Axl Rose a também não aceitá-las. 
 
Para escolher um substituto, outro entrave entre Axl e Slash. O vocalista e líder da banda sequer consultou os demais integrantes e num belo dia chegou aos estúdios apresentando Paul Tobias para o lugar de Clarke. Slash não gostou, reclamou, e Axl ignorou a reclamação do guitarrista principal da banda. 
 
 
Com uma série e preocupante crise, a Geffen Records conseguiu que a banda fizesse uma música para o filme Interview with the Vampire. Foi outro cover: “Sympathy for the Devil”, que quer dizer “simpatia pelo demônio”. Tudo a ver com o momento que a banda atravessava... 
 
E ao invés de amenizar a situação, a música serviu para pôr fim numa das mais marcantes parcerias do Hard Rock. Já no ano de 1995, Após ter a discussão mais grave de todas com Axl, Slash convocou a imprensa para uma coletiva. Para piorar a situação do vocalista do Guns, o guitarrista da banda anunciava seu desligamento do grupo por “não concordar com o jeito explosivo, ditatorial e inflexível” de Axl Rose. Isso foi quase motivo de orgasmo para os jornalistas, que puderam reacender a ira contra o cantor e publicar mais um montante de artigos contra o músico. Por conta disso, até hoje os dois não se falam. Em 1997, Axl chegou a declarar que um ex-amigo seu teria virado seu inimigo. Seria esse Slash... 
 
Só que essa pesada declaração tem total sentido e motivo para ser compreendida. Um ano antes, em 1996, Matt Sorum pediu demissão da banda. Motivo? Segundo o próprio, ele estava se solidarizando com Slash e também assumindo que não agüentava mais trabalhar com Axl. Em 97, meses antes de Axl classificar Slash como inimigo, foi a vez de Duff McKagan sair da banda, fazendo com que Axl Rose fosse o único integrante original a permanecer no Guns. 
 
Tempos de inúmeras mudanças na banda 
 
Axl Rose estava decidido a não deixar a banda encerrar suas atividades. Promoveu o guitarrista de turnê, Robin Finck, para o lugar de Slash. Para substituir Duff, veio o ex-baixista do The Replacementes, Tommy Stinson. Para a batera chegou Josh Freese. Para fechar a nova formação, Axl também convidou o multi-instrumentista Chris Pitman, que inicialmente chegava para assumir os teclados. Com esses nomes, o Guns começava, já em 1998, a gravar um novo álbum de estúdio. 
 
E foi nesse ano que a banda lançou uma nova música, fato que não ocorria desde 1994. Era a “Oh My God”. Essa canção também teve a participação dos guitarristas Dave Navarro, (ex-Red Hot Chilli Peppers e Jane's Addiction), e Gary Sunshine. 
 
Mas a música não conseguiu levantar a banda e, em 2000, dois músicos dessa nova formação resolveram abandonar o barco. Robin Fick retornou ao Nine Inch Nails e o baterista Josh Freese resolveu tirar “férias”. Para substituí-los, chegaram respectivamente o guitarrista Buckethead e o baterista Bryan “Brain” Mantia. 
 
Em 2001, enfim, o Guns voltou aos palcos. Foram três shows em Las Vegas, e, em seguida, um momento que parecia ser definitivamente a do ressureição: a apresentação no Rock in Rio 3, marcado como o de maior público na história da banda, com cerca de 250 mil pessoas, misturando sucessos com músicas novas.




Mas o que foi positivo acabou sendo sucedido para um fato bastante negativo. A promessa do novo álbum se dissolveu juntamente com a World Tour 2002, com a turnê cancelada e o álbum adiado. 
 
Em 2002, Paul Tobias abandonou a banda. Foi substituído por Richard Fortus, ex-Love Spit Love. O grupo seguiu com shows em agosto na Europa e Ásia, seguidos por uma aparição surpresa no MTV Video Music Awards. 
 
Em Novembro, começaram nova turnê americana, mas o primeiro show, em Vancouver, foi cancelado pelo fato de Axl não conseguir ir para o Canadá (o descontentamento do público foi grande). Dezesseis shows se seguiram, esgotando-se em mercados maiores como Nova York e não vendendo bem em mercados menores. Um show na Filadélfia chegou a ser cancelado porque Axl supostamente tivera problemas repentinos de saúde. Os 15 mil fãs presentes se revoltaram e destruíram o local, e o resto da turnê foi cancelada. 
 
Geffen Records tenta salvar o fim melancólico




Buckethead saiu em Março de 2004, forçando o cancelamento do show no Rock in Rio Lisboa. Nenhum guitarrista substituto foi anunciado. No mesmo mês, a Geffen lançou a coletânea Greatest Hits, já que o novo álbum de estúdio Chinese Democracy não saía há 11 anos. Rose demonstrou seu desprazer com o álbum, já que a lista de faixas fora feita sem seu consentimento, e tentou impedir seu lançamento. Mas o líder da banda não tinha o mesmo prestígio de outrora. Não foi ouvido, o disco foi lançado e alcançou um grande sucesso de vendas. 
 
Em 2006, o guitarrista Ron "Bumblefoot" Thal foi contratado, e a banda fez uma turnê com shows na Europa (inclusive no segundo Rock in Rio Lisboa) e América do Norte, estendida para México, Ásia e Oceania em 2007. Foram convidados a tocar no Live Earth - mas no Brasil, sendo que a banda estava em turnê na Ásia, o que os obrigou a recusar o convite. 
 
Dois shows em um festival na África do Sul foram cancelados após o baixista Tommy Stinson machucar o pulso. 
 
Chinese Democracy para acabar com a longa espera dos fãs




No dia 23 de novembro de 2008, depois de 13 anos de espera, o Chinese Democracy é lançado em todo o planeta. O disco já conseguiu a marca de 5,1 milhões de cópias no mundo e adquiriu um disco de platina nos Estados Unidos. Mesmo com o lançamento, os fãs tem mais um desgosto com Axl Rose já que a banda simplesmente não fez nada para promover o disco: nada de clipes, entrevistas e muito menos shows. 
 
A única coisa significativa foi o lançamento do disco no Rock Band. A banda anunciou em janeiro de 2009 o guitarrista DJ Ashba para substituir o guitarrista e compositor Robin Finck, que deixou o grupo para entrar em turnê com sua ex-banda, o Nine Inch Nails. Até agora não se sabe ao certo o motivo de sua saída. 
 
No dia 11 de dezembro de 2009 foi dado início ao Chinese Democracy World Tour (oficial, já que a "Chinese Democracy World Tour" começou em 2001, mas o álbum sequer havia sido lançado na ocasião). 
 
Essa turnê já prometia ser a maior turnê da banda, pois de seus quatro primeiros shows, três deles tiveram mais de três horas de duração (Taipei, Seul e Tóquio). Para a surpresa de muitos fãs, o Guns N' Roses voltou a tocar covers que não entravam mais no repertório, como "Whole Lotta Rosie" do AC/DC e "Nice Boys" do Rose Tattoo. A turnê também marca o novo visual de Axl Rose, agora com cabelo liso e curto, e uma bandana, sempre de calça jeans e camiseta de cores variadas. 
 
No show em Osaka, o álbum Chinese Democracy quase foi tocado na íntegra, faltando apenas a faixa "Riad N' The Bedouins". 
 
Em 2010, houve uma série de shows pelo Canadá.13 no total. Além disso, a banda fez dois shows acústicos nos Estados Unidos. 
 
A última aparição do Guns foi na América do Sul, fazendo uma série de shows, onde cinco desses foram no Brasil - Brasília, dia 7; Belo Horizonte, dia 10; São Paulo, dia 13; Porto Alegre, dia 16 e no Rio de Janeiro, dia 04 de abril (remarcado para o dia 14 de março, devido às chuvas que destruíram a estrutura da Apoteose). Esses shows em terras brasileiras foram abertos por Sebastian Bach. 
 
Agora a banda passa a sua turnê pela Europa, onde estará presente em vários países. Logo depois será a vez da América do Norte, para os shows no EUA, onde por fim encerrará a grande Chinese Democracy World Tour. 
 
Na sequência, como todos nós passamos a saber há um mês, o Guns volta a tocar no festival e na mesma cidade responsável por seus dois maiores públicos da história. Axl Rose e Cia., voltarão ao Rio de Janeiro para participar do Rock in Rio 2011. 
 
 
 
 
Maiores Informações Em:
 
 Guns n´ Roses
 

Nenhum comentário: