Viver & Aprender

"Viva como se você fosse morrer amanhã. Aprenda como se você fosse viver para sempre"

Uma dissertação como esta não pode ser iniciada sem antes citar um trecho de uma grandiosa música brasileira, que diz: “... viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar, com a certeza de ser um eterno aprendiz...”. Não sei se errei alguma parte da letra mas tenho certeza de que esta é uma grande abertura para um tema tão grandioso como este. Afinal, para se viver é necessário adquirir conhecimentos e para que tenhamos conhecimentos é preciso que a vida esteja sempre presente. Desta forma o viver e o aprender estão em plena união e caso esta união seja desfeita, por algum motivo, tudo e todos sofrem muito com uma coisa que às vezes é a causa principal de muitos problemas em nossa sociedade:  a ignorância e desvalorização da vida.


O ser humano precisa entender que viver não é somente conviver como um animal racional e seguir um caminho único. Ele deve conhecer para transformar, ler a própria vida e escrever a própria história, aprende para viver melhor. Desta forma ele verá que a reinvenção da educação se faz e se faz à medida que avança o processo de transformação da sociedade e que cada ser vivo, seja ele racional ou irracional, tem sua origem e seu destino; possui um grupo ao qual pertence e um modo específico e particular de pensar e agir na vida.


Assim como diz o trecho da música, nós devemos compreender nossa existência como seres humanos e ver que apesar de tudo que acontece na vida o principal é ser um eterno aprendiz. Somente através de uma renovação do que aprendemos, seremos capazes de acompanhar as novidades que surgem a cada dia em nosso universo complexo e cheio de regras. Porém, não devemos esquecer que não somos os únicos a pensar e agir. As outras formas de vida, apesar de irracionais (será?) aprendem coisas novas cada dia. Um exemplo é o papagaio, que repete as frases ditas por seu dono e o cachorrinho que a cada dia vai aprendendo onde deve ficar, o que deve comer, quem é seu dono e quem é o seu inimigo.


Desta forma, o viver não pode ser separado do aprender. Pois tudo na vida depende de conhecimentos. Já imaginou uma pessoa isolada do mundo e de todos. Ela poderá até sobreviver e desenvolver seus instintos básicos, porém se for incorporada na sociedade, ela ficará assustada e não compreenderá de forma alguma o que está acontecendo à sua volta. Porém, com o passar do tempo e o contínuo contato com as pessoas e tudo que a rodeia, essa pessoa vai adquirindo conhecimentos necessários para entender que aquela caixa luminosa cheia de botões e com pessoas passando em seu interior é uma televisão... vai poder andar de ônibus ao invés de caminhar milhas e milhas a pé... vai descobrir que em meio a tantas novidades e pessoas diferentes, ela tem uma pessoa que irá amá-la e ser seu parceiro...


A base da sociedade, então é o aprendizado. Não importa se é uma sociedade destrutiva ou construtiva, pois nos dois casos ocorre o aprendizado, mas o que as diferencia é o modo como o conhecimento adquirido foi utilizado: uma sociedade pode utilizar seu potencial de aprendizado para criar ciosas maléficas, ao passo que outra utiliza o aprendizado para se desenvolver e poder ter uma posição mais digna na vida.


Enfim, viver e aprender é algo que não devemos deixar de fazer nunca, pois é desse processo que é iniciada a construção de tudo que encontramos no futuro. É vivendo que encontramos força para caminhar pelos nossos caminhos e é aprendendo que sabemos qual o caminho certo que devemos tomar para chegarmos seguros em nosso destino e ter sempre em mente que devemos lutar por uma educação sempre construtiva. Uma educação que permita, vivendo e aprendendo, saber por que se vive e por que se aprende.


Por Warllen de Oliveira Ribeiro